sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

POEMA

Não sei se já fiz poema ao seu corpo,
templo no qual encontro-me serena e completa.
Espaço absoluto em que sou mais sua que minha,
espécie de encanto para que eu me perca
aconchego com cheiro de casa, gozo e alegria.
Caminho de mar quando molha minha pele
e sinto seu riso maroto inundar o ar com um gemido,
aquele que me leva a sorrir realizada
e deslizar levemente pelos lençóis azuis
o gosto de ter em meu regaço o seu calor,
peso e paixão a fabricar amor assanhado.
Este corpo que me enche de ânimo,
corpo que revigora os meus desejos
e faz com que eu queira entregar-me toda
no infinito desespero de saboreá-lo mais
E quando nu aproxima, enlouqueço,
reconheço o seu perfume junto ao meu,
a delícia do início de vários tempos
quando com o sexo duro me agasalha,
incorpora ao meu mil indecências e sei,
o paraíso que não inventaram,
do meu macho, tem a forma e o nome.
...
E se sou imprópria uma certeza tenho,
propriedade só há quando me toma
e saciada adormeço em seu peito
sonhando que o seu é meu
e o meu de tão seu não sabe outra direção.
Corpo que louvo e lambo, salivo e amo.
Corpo que entre tantos não está nos padrões de beleza
e é somente e tão somente... Perfeito!

[Eliane Alcântara]

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