sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
SUA
Esperei por você,
Em todas as fases da lua,
Cheia de alegrias,
Todos os dias...
Tão somente sua.
Esperei por você,
Nas noites frias,
Nos dias quentes,
De mãos vazias,
Vagando pelas ruas...
Tão somente sua.
Esperei por você,
Em todas as estações,
Do ano...
Cheia de planos,
Fiz -me nua,
Despindo-me das incertezas...
Tão somente sua.
[Valquíria Cordeiro]
DESPETA-LO-ME
Depois de cada verso
Sinto-me nua.
Tiro a roupa. Toda.
Despeta-lo-me. Fico ôca.
E no corpo suado,
Recompondo-se,
A tristeza da liberdade.
A dualidade do ser.
Não importa tirar a roupa.
Não mesmo!
O que quero é ser como a lua
Iluminar - não importa o que!
E no silêncio que me invade
Após cada verso,
Sobra em mim
O fogo que queima,
A água. A cascata.
Prazer. Dor.
O rubro calor do sol no
Gelo do deserto.
No claro e escuro
Da noite e do dia.
Das horas em segundos
Que dá perfume a flor.
Dualidade que se perpetua
No instante do amor
Ficando apenas a eternidade
Do silêncio!
[Delasnieve Daspet]
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
GESTOS DE AMAR
Na longa noite da minha janela azul
ouço os passos do meu amor em súbita vinda
o coração louco, o arrepio nos espelhos
acesos desta luz que se anuncia
em seu cavalo amarelo,
minha vida, meu amor que vem, enfim.
Já o pressinto após a noite
e a música dos seus passos acordando
a felicidade de quem se despede da madrugada.
Minha alma depois de toda ausência,
alvoroçada, a pressenti-lo
ofuscando a invejosa manhã
e sua mão colorida de todas as flores
abrindo o dia e os gestos de amar
do meu corpo que já os esquecera.
(quando o meu amor vier...)
[Saramar]
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
SAUDADE
VIDA
SABES...
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
CÉU, REFLEXO DO MAR
no reflexo do céu, acontece magia.
onde o mar toca e acende o dia
onde eu caio e apago a lua.
onde espremo a noite e te sinto nua
até eu te tocar num areal estreito.
os raios de sol compassam-me o peito
que estiver mais perto.
ao pedaço de mar
vou buscar o que tenho direito
...e se o céu for o reflexo do mar?
[http://inv3rs0.blogspot.com]
RUPESTRE
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
(A)MAR
Ele me ama como se eu fosse um animal de estimação, quer que eu seja pálida e tenha olheiras, não ia se importar nada, uma mulher frágil e macia como se fosse feita de pelúcia, quer as minhas veias aparecendo debaixo da pele branca para ver o avesso do corpo, para ter a sensação de que lhe pertenço, para ser mais fácil me matar, desenha com uma caneta imaginária as veias do meu pulso, como se planejasse um corte diz, Aqui você morreria em apenas três minutos e toca na veia do meu pescoço, Aqui em três segundos, encosta um revólver imaginário em meu seio e diz, Aqui morte instantânea sem dor nem sofrimento e dispara enquanto faz o som do tiro em minha boca, seu corpo dentro do meu, Teu corpo é meu brinquedo, Tenho ciúmes desta tua veia que escreve a letra S, digo, Vou ler o que as tuas veias escrevem, ele diz, escreve na minha coxa com uma caneta imaginária e beija a pele onde é mais branca nas partes de dentro das coxas e nas partes de baixo dos braços. Teu corpo é meu diário, Se algum dia eu te deixar quero que me mates, digo, Eu te quero pálida, obedeço, fico branca, ele faz um corte desde a garganta até o púbis, Eu te amo por dentro, quero ver o teu coração, beijar os teus pulmões, arrancar o teu útero, acariciar as tuas finas e longas clavículas, e passa a medir meu corpo, aos palmos as coxas os braços os quadris, cinco dedos de joelhos oito dedos de altura do pescoço, pede que eu mostre os dentes lá no fundo da boca, a língua, as partes mais vivas, as subterrâneas os fossos os torreões, as tuas jóias, passa a unha na minha pele, segue as veias, formas que nascem do movimento, acompanha as variações do meu rosto e a arquitectura dos pensamentos, desce pelo ombro, nenhuma linha reta, as curvaturas da carne e os drapeados dos cabelos, as sombras azuladas dos domos, as ossaturas suspensas, Teu corpo é minha igreja, o corpo é pleno de revelações religiosas, a imagem de Deus, mas há tantos milhões de enigmas no corpo, ele diz quando estou lânguida e toda lhe pertenço, Olhar é amar, olhando continuamente sabemos o quanto se modifica tua geometria, teu corpo é a minha casa, onde finalmente posso me sentir só.
(Ana Miranda- "Animal"]
(Ana Miranda- "Animal"]
SANTA
E FANTASIO...
sábado, 21 de fevereiro de 2009
VOCÊ
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
"EXISTE UM MAR..."
EXISTE UM MAR DENTRO DE VOCÊ
ONDE AS ONDAS DA TUA EMOÇÃO
SE ENCONTRAM COM A MARESIA
QUE CORTA TUA SAUDADE
E TE FAZ RENASCER A CADA DIA
EXISTE UM MAR INVENTADO POR VOCÊ
ONDE O TEMPO SOPRA À FAVOR DO VENTO
TE COLOCA COMO DONA E CÚMPLICE
DE UMA HISTÓRIA DE AMOR
QUE COMO O MAR NINGUÉM SABE O FIM
EXISTE UM MAR DENTRO DE VOCÊ
QUE A CADA DIA SE TRANSFORMA EM FÚRIA
ALAGANDO E BATENDO NAS PEDRAS DE TUA DOÇURA
TE FAZENDO FERA
ESSE MAR VOCÊ CONHECE
MESMO FURIOSO E SEM RUMO
COMO O BARCO QUE EM TI NAVEGA
ESSE MAR VOCÊ DOMINA
EXISTE UM MAR...
[®Renan Torres/2009]
SOLIDÃO
Adormeço nesse oceano que me cerca
E suave como um crepúsculo a solidão arrebata minha alma.
Então escrevo...
Escrevo para quebrar a solidão dos meus dias
Abraçada neste mar de estrelas que entra pela janela.
Escrevo sem rimas, sem cuidado, sem nada...apenas escrevo
Buscando acalmar a solidão da alma ...
Escrevo para provar o sabor do vento, para ser chama,
Para encontrar a calma, mesmo que distante.
São devaneios noturnos, coisas loucas que se sente,
Então escrevo...
Palavras para uma carta, na garrafa a ser lançada no mar,
Uma mensagem deixada a própria sorte
Para atravessar o mar...
Este mar de solidão...
[Sônia Schmorantz]
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
SONHO
Dormi contigo toda a noite
junto ao mar, na ilha.
Eras doce e selvagem entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Os nossos sonos uniram-se
talvez muito tarde
no alto ou no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento agita
em baixo como vermelhas raízes que se tocam.
O teu sono separou-se
talvez do meu
e andava à minha procura
pelo mar escuro
como dantes,
quando ainda não existias,
quando sem te avistar
naveguei a teu lado
e os teus olhos buscavam
o que agora
- pão, vinho, amor e cólera -
te dou às mãos cheias,
porque tu és a taça
que esperava os dons da minha vida.
Dormi contigo
toda a noite enquanto
a terra escura gira
com os vivos e os mortos,
e ao acordar de repente
no meio da sombra
o meu braço cingia a tua cintura.
Nem a noite nem o sono
puderam separar-nos.
Dormi contigo
e, ao acordar, tua boca,
saída do teu sono,
trouxe-me o sabor da terra,
da água do mar, das algas,
do âmago da tua vida,
e recebi teu beijo,
molhado pela aurora,
como se me viesse
do mar que nos cerca
[Pablo Neruda]
MAR DESENHADO
Na ponta de uma corda
que construo com as flores,
em dança noturna
eu te desenho
e, numa estratégia da água
da alma, te deixo entrar.
Minha pele abre-se em aves,
quando mergulho em ti;
cresces, em maré,
danças comigo o poema
até que as mãos toquem
o chão. E sejam.
E agarrem a vida em forma de areia.
[Sónia Regina]
que construo com as flores,
em dança noturna
eu te desenho
e, numa estratégia da água
da alma, te deixo entrar.
Minha pele abre-se em aves,
quando mergulho em ti;
cresces, em maré,
danças comigo o poema
até que as mãos toquem
o chão. E sejam.
E agarrem a vida em forma de areia.
[Sónia Regina]
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
SILÊNCIO DESEJO
PERGUNTA
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da placa “perigo” o desejo vai e entra.
[Mania de Explicação-Adriana Falcão]
E Mar? Mar é você aqui, em mim...
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da placa “perigo” o desejo vai e entra.
[Mania de Explicação-Adriana Falcão]
E Mar? Mar é você aqui, em mim...
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
MAR...
Recebo-te de braços abertos
para que me possuas
sobre as rochas
plantadas sob meus pés.
Vens assim,
agitado espumante
pigmentas minh'alma
e sentes meu gosto
de destino
Envolves-me em tuas águas
festejando o encontro ritmado
Dos braços – toques, das pernas – abraços
da pele dos poros – arrepios
Vens, cresço em maré,
ao receber-te em mim
mar, mar atlântico!
Andréa Motta
domingo, 15 de fevereiro de 2009
PALAVRAS
"Que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia numa rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim?"
Caio F. Abreu
Caio F. Abreu
VERDADES E FANTASIAS
Poder de queimar a pele ao toque
Vencida pelos gemidos... és meu dono.
Mãos e boca percorrendo a pele toda
Mergulho no mais profundo da alma
Carne respondendo, coração sinônimo de vida
Suor, carícia, desejo
E fantasio: servidão, devoção
Êxtase, universo só nosso, o dos sentidos
Tortura e prazer, sou tua
Bebes o cio...
Te prendo, te aperto, te preciso dentro de mim
Entrega essa, a tua, que me enebria
Vadia me torno em detrimento do teu prazer
Corpos unidos, te alimentando em meu seio
Língua, boca, suor
Dentro de ti o meu amor
Só vc sabe me aMAR, só vc meu Mar
Vencida pelos gemidos... és meu dono.
Mãos e boca percorrendo a pele toda
Mergulho no mais profundo da alma
Carne respondendo, coração sinônimo de vida
Suor, carícia, desejo
E fantasio: servidão, devoção
Êxtase, universo só nosso, o dos sentidos
Tortura e prazer, sou tua
Bebes o cio...
Te prendo, te aperto, te preciso dentro de mim
Entrega essa, a tua, que me enebria
Vadia me torno em detrimento do teu prazer
Corpos unidos, te alimentando em meu seio
Língua, boca, suor
Dentro de ti o meu amor
Só vc sabe me aMAR, só vc meu Mar
sábado, 14 de fevereiro de 2009
AMOR. É O LIMITE?
"E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo, No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também."
[Caio Fernando Abreu]
[Caio Fernando Abreu]
SENTIDOS
A submissão da alma em confronto com as delícias da carne, do amor profano
...andam lado a lado...na mesma cama, nos lençóis, n’algum lugar, no toque das mãos, que tudo desvendam, que tudo conhecem.
O sentido das palavras ditas se alinhando à submissão da alma...ganhando proporções gigantescas...loucuras no encanto da carne
... que se deixa dominar
que finda no gozo a coroar a sublimidade da alma que a tudo assiste e em conluio com a carne SENTE.
...andam lado a lado...na mesma cama, nos lençóis, n’algum lugar, no toque das mãos, que tudo desvendam, que tudo conhecem.
O sentido das palavras ditas se alinhando à submissão da alma...ganhando proporções gigantescas...loucuras no encanto da carne
... que se deixa dominar
que finda no gozo a coroar a sublimidade da alma que a tudo assiste e em conluio com a carne SENTE.
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