sábado, 13 de junho de 2009
SEDE
Sede...
Deserto sem mar.
Sem o cheiro inconfundível do teu corpo
Sem as palavras que saem da sua boca
Sem aquilo que encontro na pele tua
Beber da fonte em ti
Preciso.
EM TI
Tenho-te em tuas umidades, no calor do teu abraço e nas gotas de suor que se espalham pelo teu corpo. Tenho-te em tua pele lisa, teus cabelos colados, teus pêlos grudados, teu visgo, tuas águas, teus caminhos de charcos, os pequenos rios no teu pescoço, o sabor salgado do lóbulo da tua orelha, tua testa brilhante, tuas narinas abertas, tuas pupilas dilatadas. Tenho-te em alta temperatura misturado a mim, confundido em líquidos e sumos, sede e fonte, mar em onda, céu de chuva. Tenho-te emaranhado e deslizante, em vapor e respingos, em poros abertos, em cheiro de bicho, em cio de gente. Tenho-te na língua que colhe o gosto, nos lábios que escorregam, na boca que dança lúbrica por frestas molhadas e se embriaga de essências profundas, de perfumes e cansaços. Tenho-me docemente embebida por ti.
[Ticcia]
[Ticcia]
CARTA AO MAR
quero que saiba que você me faz muita falta, que senti muita saudade de você, que você me dói por dentro (como agora, neste instante) e quero te falar também que preciso muito escutar teu coração, as batidas dele bem pertinho do meu ouvido e será num silêncio meu, naquele que não ouço nada lá fora, só você dentro de mim, presente.
TINHA QUE SER...
"DE VERMELHO"
Estão chegando os dias em que o suspiro preso na garganta
sairá em forma de gemido.
Dias de mãos fortes a marcar pele
e invadir-me as entranhas.
Dias de lençóis desalinhados
e suores escorrendo.
Dias de desvario e
vontades correndo soltas.
Ancas seguras e pernas que se embaralham
na tentativa de circundar o corpo.
Pescoço e colo exposto ansiando
pela boca e dentes ávidos de sentir.
Dias de apurar o paladar,
olfato e tato.
Dias de arder e de ardor.
Dias de coração aos solavancos,
de desvarios sentimentais,
e corpos desejosos.
Neste dia farei um agrado
me vestirei de vermelho.
[Denise]
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