sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

DESPETA-LO-ME


Depois de cada verso
Sinto-me nua.
Tiro a roupa. Toda.
Despeta-lo-me. Fico ôca.
E no corpo suado,
Recompondo-se,
A tristeza da liberdade.
A dualidade do ser.
Não importa tirar a roupa.
Não mesmo!
O que quero é ser como a lua
Iluminar - não importa o que!
E no silêncio que me invade
Após cada verso,
Sobra em mim
O fogo que queima,
A água. A cascata.
Prazer. Dor.
O rubro calor do sol no
Gelo do deserto.
No claro e escuro
Da noite e do dia.
Das horas em segundos
Que dá perfume a flor.
Dualidade que se perpetua
No instante do amor
Ficando apenas a eternidade
Do silêncio!

[Delasnieve Daspet]

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