quarta-feira, 14 de abril de 2010

COMO...?

Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.

Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.

Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.


Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?

[Hilda Hilst]

3 comentários:

  1. Quando se ama, temos de merecer.

    Gostei do teu poema.

    Beijinho
    António

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  2. Ela escreve maravilhosamente!!!EStou amando teu Blog !!!

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  3. Para voce que bastam tres palavras e que com elas me encanta e cativa, PARA VOCE !!!

    Me bastam

    Amo o mar
    De Amor e mar
    Vou te desvendar
    Mar e amor
    Amo aqui estar
    Amo o amor
    E nas águas do mar
    Quero amor te dar
    No mar tuas curvas
    Amo e é amor a doar
    Amo o amor e o mar

    Ulisses Reis®
    15/04/2010

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