segunda-feira, 29 de março de 2010

À DERIVA

Teu corpo é canoa
em que desço
vida abaixo
morte acima
procurando o naufrágio
me entregando à deriva.
Teu corpo é casulo
de infinitas sedas
onde fio
me afio e enfio
invasor recebido
com licores.
Teu corpo é pele exata para o meu
pena de garça
brilho de romã
aurora boreal
do longo inverno.

[Marina Colasanti]

2 comentários:

  1. Teu corpo é rio onde gostava de matar a minha sede...

    Beijos

    António

    ResponderExcluir
  2. Seu blog é lindo!
    http://compromissocomoacaso.blogspot.com/

    ResponderExcluir