terça-feira, 17 de novembro de 2009

LÚDICA VISÃO


Inda que ausentes de meu corpo
A nudez de tua carne ou o calor de tuas idéias
Corta-me a inocência as tardes azuis
Em teus olhos caramelos.

Então, venhas devagar e inundes minha sina
De frases vermelhas a galoparem
línguas
No fértil espaço de nossas loucuras
Onde nos encaixamos presença
e sonho.
Penetra-me a alma em desespero maduro
Faz de minha boca o teu ninho
De minhas mãos a tua guia
E fibra a fibra construas nosso tempo sem fim.

Dedico-me a confluência de teus delírios
E de ser tua incansável serva
transformo-me em dona
Do que nos cabe em um mergulho ao fundo
Na acrobacia dos amantes efetivamente possuídos.
Doma-me em tua cama
Em teus braços toma-me realidade
Plumas excêntricas
de atos despudorados
No libérrimo riso de quem goza a vida.
Não tardes tu o encontro ou mates a espera
Dentro de mim reina a tua
presença
Para que alcances o crepúsculo das cores
Na delirante paixão
dos sabores que bebo
Em teus olhos caramelos.

[Eliane Alcântara]

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