sábado, 11 de julho de 2009

"DA LOUCURA, A MAIS DOCE"



O amor, quando existe não se cala
nem contém sua própria nudez.
Entrega-se de alma ao provável abismo
que adivinha e geme e grita
pela insensatez que se avizinha.

Aquele que dessa insânia vive,
não quer afastar de si, a loucura.

Quem o merece e tem de outro ser
essa oferenda, sabe bem
do que é morrer e vir novamente
beber nos olhos de quem se ama, o veneno,
o irresistível vinho que queima a pele
e a vida, em embriaguês e doçura.

[Saramar]

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