terça-feira, 16 de junho de 2009

RASTROS


Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho
Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio
Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo
Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento
Volto então
ao teu joelho
entreabrindo-te as pernas
Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas

[Maria Teresa Horta]

Nenhum comentário:

Postar um comentário