terça-feira, 3 de março de 2009

PERGUNTAS

Minhas palavras são a metade de um diálogo
obscuro continuando através de séculos impossíveis.
Agora compreendo o sentido e a ressonância
que também trazes de tão longe em tua voz.
Nossas perguntas e respostas se reconhecem.
Como os olhos dentro dos espelhos.
Olhos que choraram.
Conversamos dos dois extremos da noite,
como de praias opostas.
Mas com uma voz que não se importa…
E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.
Mas um mar sem viagens.

Cecília Meireles

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