quinta-feira, 5 de março de 2009

DESTINO


Dizem que és traiçoeiro,
À noite tens um quê esquisito.
Acesso ao teu todo é interdito,
Mar, gigante de ares faceiros.

Eu te amo meu belo selvagem.
Sincera é, por ti, a paixão,
Como por Cristo é a devoção,
Nos olhos d’alma tenho tua imagem.

No teu seio barcos são arvoredos,
Abrigas personagens rudes
E vidas que ganham altitudes.
És um poço de segredos.

[...]
Amas os cabelos e meus seios,
Jardim onde depositas flores
De conchas que causam rubores
Com o atrevimento dos meneios

Jogando-me na areia deitada
Olhando a orla misteriosa
A quem me curvo respeitosa.
Ó dia, ó hora abençoada,

Tens um manto de talhe fino
Verde-esmeralda de cetim,
Falando de ti dou tudo de mim,
Amar-te é o meu destino.

[Maria Hilda de J. Alão]

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