segunda-feira, 16 de março de 2009

AMO


Eu te amo, homem, exatamente como amo o que
acontece quando escuto oboé. Meu coração vai desdobrando
os panos, se alargando aquecido, dando
a volta ao mundo.
(...)
Assim,
te amo do modo mais natural, vero-romântico,
homem meu, particular homem universal.
(...)
Como grande senhora vou te amar, os alvos linhos,
a luz na cabeceira, o abajur de prata;
como criada ama, vou te amar, o delicioso amor:
com água tépida, toalha seca e sabonete cheiroso,
me abaixo e lavo teus pés, o dorso e a planta dele
seu beijo.

[Adélia Prado]

Nenhum comentário:

Postar um comentário