sexta-feira, 17 de julho de 2009
IMPURA
INFINITAMENTE...
Bem sei que além do teu nome
Há outros que não aprendi.
Assim como há outros rios, outros sóis,
Outros bosques e girassóis em nevoeiros.
Sei que além de ti existem maravilhas
Que não me podes dar e, também,
Negruras de solidão e ilusão,
Mas quero-te muito além do que não és,
Pois, afinal, nada te pedi.
Sei que além do teu corpo
Há outros tesouros que eu não mereço.
Outras colinas, outras queimadas, fuligens:
Lágrimas para mancharem o rosto,
Amo-te, ainda, por aquilo que desconheço.
Ao teu lado, os ipês douram agosto...
Há dores a sentir e a natureza nada mudou,
E vivo muito além de apenas existir...
Cuida do coração que te dou.
[Antonio Miranda Fernandes]
DECLARAÇÃO
Eu te amo
quando não preciso mais dizer te amo.
Eu te amo
quando reconheço
teu Direito de Fazer Escolhas.
Eu te amo
quando não te sufoco
com chiliques ou pressões.
Eu te amo
quando respeito tua própria liberdade
tanto quanto a minha.
Eu te amo
quando compreendo tua vontade
de às vezes ficar só.
Eu te amo
quando ponho afeto e gostosura
entre as nossas distâncias.
Eu te amo
quando aplaudo
os teus desejos de voar.
Eu te amo
quando me convenço de que o ciúme
é o câncer do amor.
Eu te amo
quando te ajudo a ser mais livre do que era
quando eu te conheci.
Eu te amo
quando a recíproca a tudo isso
também é verdadeira.
[Edson Marques]
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